quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

É engraçado. Eu sempre me achei especial. Sempre me achei diferente. Melhor que um monte de gente em algumas coisas. Mas aí me surpreendem. Minha arrogância de achar que está tudo como deveria estar, nunca está. Nunca estará. Se está estático não tem movimento, e sem esse não há amadurecimento. Sonhei em achar que eu era "a" garota, que todos a minha volta eram infantis demais. Mas como sempre são os tapas, aqueles bem dados que te acordam. Claro, de onde você não espera, e do jeito que você não imagina.
Já faz tempo, eu nem sei mais como começar.  Tenho vivido. Sim vivido. Depois de períodos torpes, escuros e depressivos eu vivo. Deixei...não...talvez tenha aprendido a deixar de lado a sobrevivência, e passei a buscar a vida. Mas se ela estivesse suficientemente boa, eu não estaria aqui. Qualquer um que minimamente me conheça, saberá que quando escrevo, é porque tem algo errado, algo me incomoda e em raros casos algo transborda em mim. Não mudei, não nesse ponto. Algo continua errado. Eu me esforço, primorosamente, arduamente, a acreditar que tudo isso passará. Que são só mais duas semanas. Eu que passei meses assim, por uma força do cansaço me livrei, agora de alguma forma sinto falta. Certo alguém diz que tem mais...muito mais do que meu olho pode enxergar. Mas pra mim, continua não fazendo diferença. Está feito, sempre esteve e nunca teria tido outro rumo. Nunca. Mas o descanso das patadas, o maior afastamento, o espírito de uião de fim de ano, tudo isso conspiram pra minha nostalgia. 
Eu passei nove meses sendo partido, em tantos pedaços que mal podia enxergar...
Foi tudo tão sutil e tão intenso. Quando dei por mim estava vazio...vazio de vida, vazio de arte, vazio de amigos, vazio de vida. Quando dei por mim eu era um espelho. Um espelho que refletia uma imagem que não era a minha. Eu estava tão fragmentada que a transparência do meu ser, a ausência de conteúdo me tranformou no espelho de outro alguém. Cheio de pose, vaidade e estupidez. Eu era um espelho.

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